9.11.07

Dublineando

álbum com várias fotos e alguns links:
Dublin
Wikitravel
Guia prático pra visitar



Getting There


A viagem começou 6 e pouco da manhã pra pegar o onibus pra estação de trem pra chegar no Porto pra encontrar com Ezequiel, Bruno e Flavius no aeroporto.

A caminho do Porto

Ganhamos um carimbo de saída de Portugal e um de entrada na Irlanda. Eles tem o seu controle de passaporte a Republica da Irlanda e o Reino Unido não fazem parte do acordo de Schengen acho eu. Eles não fazem parte do Reino Unido desde 1920 mas os cidadão de lá gozam de quase todos os direitos dos cidadãos do Reino Unido. Entrando na Republica da Irlanda tem-se livre acesso ao Reino Unido(pelo menos não tivemos de passar pelo controle de passaporte depois).

Saindo do aeroporto ja pudemos ver a famosa mão inglesa com os carros andando pela esquerda (grande confusão, passei uma semana sem saber onde olhar pra atravessar a rua) e logo pegamos um onibus duble-deck. O passeio ja começou dentro do onibus a caminho do centro: notava-se primeiro a mão inglesa(é mesmo muito estranho a primeira vista) e também via-se as casinhas de suburbio com os jardins bem cuidados muros baixinho e cheios de folhas amarelas e vermelhas do outono. As folhas são bem notáveis, em Portugal nota-se as árvores perdendo as folhas mais que no Brasil, mas lá elas ficam amarelas e vermelhas de verdade.

Enquanto observavamos essas coisas também tentávamos descobrir mais ou menos onde estavamos. Os 3 desceram na O'Connell Street(uma das ruas mais movimentadas e eu continuei mais um pouco e uma velhinha supersimpática me ajudou com as paragens do onibus para que eu descesse o mais perto do albergue. Passei duas vezes em frente ao albergue e não achei, só o vi atravessando a rua, o bicho era escondido e funciona junto com uma bocada que vende comida. O nome é The Cobblestone Hostel, dica: nunca fique lá a não ser que não tiver outro lugar pra fazer reserva como eu. Caro, sujo apertado e sem café da manhã, o unico ponto positivo é que fica dentro do Temple Bar(ainda chegamos lá). Na outra noite mudei para outro albergue junto com o parceiros de viagem, Litton Lane, esse sim é bom: barato, limpo(há controvérsias mas eu achei bem limpo na medida do possível) com café e o ambiente super legal com cozinha equipada, sala de estar com tv e grandes sofás. Quase toda comida foi comprada no Tesco, no Reino Unido é como o Wallmart dos EUA ou Pingo Doce de
Portugal.


After the sunset, Temple Bar
É uma das 'atrações' mais famosas de Dublin, é uma espécie de bairro entre o rio Liffey e a Dame Street também é o nome de uma rua e de um pub.

Dame Street, acho


Temple Bar
estão ai o Bruno o Flavius e o Big Bird lá no fundo.

Estavamos na semana do Halloween, por isso não só o Big Bird como outras figura mitológicas também circulavam pelas rua a noite. Aqui ve-se uns brasileiros batucando na rua, o Big Bird assumindo sua forma e mais outras duas figuras não identificadas.



Mais musica na rua e figuras mitológicas




Escultura de areia na rua


Queria saber como as moças usam essas saias no frio que fazia

Dentro do Temple Bar


Uma Guinness pra cada :D

Tão ai o Bruno com cara de sacana, eu com a minha cara de bobo e o Ezequiel hipnotizado e Flavius fazendo uma careta qualquer pra conseguir usar minha camera.

Não gosto muito de cerveja escura, mas essa tem uma textura muito boa =D. Esse pub foi um dos lugares mais animados que ja estive, com musica boa, todo mundo conversando, gente de todas as idades. Foi até bonito quando colocaram U2 pra tocar, toda gente cantando!




Mais figuras mitológicas. Esse pessoal era comédia! :D



Hanging Around

St Patrick's Cathedral
Cold sun

Wikipedia

Pelo que entendi o tal do St Patrick é A celebridade da Irlanda, eles tem até uma superfesta no dia dele. Quem já foi diz que é muito boa.

O jardim ao lado da igreja


Quase não tenho fotos do Flavius vai uma dele todo posudo com um dos seus 3 personal fotógrafos =P


Eu tambem tenho foto ai! Fazendo cara bonita, com os pés cortados e um tapume bonito atrás :D





mais Archbishop Ryan Park


ainda no Archbishop Ryan Park

Outono! muitas folhas! Lá elas são muitas mesmo!

Christ Church Cathedral



Four courts


Mais Four Courts


Um dos céus mais bonitos que já vi, de um lado as nuvens escuras iluminadas pelo sol baixinho do outro lado. As fotos não estão tão bonitas como como o cenário ao vivo. O único problema é que essas nuvens bonitas viram chuva e elas resolvem fazer isso justamente quando estamos na rua =P

Eu lá na beira do rio Liffey e do Four Courts uns 10 min antes da chuva.


Phonix Park

Esse parque é gigante, só conhecemos a beiradinha. O sol ja havia se escondido, afinal já eram quase 17h e logo os guardas passaram mandando todo mundo embora pra fechar o parque.

Dublin castle
wikipedia

Uma das torres que sobrou do castelo medieval


Como várias coisas na europa, foi construido(ou reconstruido) por diferentes arquitetos utilizando diferentes estilos, a torrezinha é o que sobrou do castelo medieval antigo. A visita guiada vale muito a pena!


Hanging around solo

Último dia, os parceiros foram pra Glascow e eu fiquei mais um dia em Dublin pra encontra-los em Londres depois. Ainda tinha umas coisas na cidade pra ver tipo a Guinness Storehouse ou entrar na St. Patrick Cathedral mas resolvi conhecer uma vilazinha do subúrbio, pegando o DART, o trem suburbando de Dublin. No caminho da estação parei uns 10 min pra ver(e pra conseguir atravessar a avenida):

Dublin marathon
Era feriado, e até agora não descobri do que. Desconfio que é feriado só por causa da maratona.




Guinness?


Calor? Joga fora! Um monte de gente se desfazia das blusas e quase me acertaram mais de uma vez

Acho que eles pegam de volta, mas tenho lá minhas dúvidas porque no fim do dia ainda vi várias pelas ruas.

O pessoal é todo empolgado mesmo



Até que enfim vi um leprechaun



Dublin suburbs

Um bom pedaço do DART estava em obras e o tal trecho foi feito de onibus, demorou mais mas proporcionou um passeio interessante fora do centro da cidade

Vista do 2º andar do doubledeck








Videozinho do percurso




Dalkey Village/Killiney Village

São cidadezinhas muito simpáticas na costa, casinhas bonitinhas e vistas para o mar. Até que são bem turísticas com mapas de caminhadas e tudo. Parece que lá eles são ainda mais simpáticos, todo mundo te diz bom dia na rua. Uma velhinha que perguntei o caminho só faltou pegar na minha mão e me levar, fiquei até tentado em jogar uma conversa qualquer sobre comida pra filar um almoço mas não quis abusar da boa vontade dela.






Killiney Park


Killiney Hill, no Killiney Park


Em Killiney Hill, pode-se ver boa parte de Dublin.

Até que a autofoto saiu boa. E que vento frio! Acho que foi o vento mais frio que já peguei

Pras bandas desse parque fica a casa do Bono Vox, mas perdi muito tempo me perdendo pelo caminho e não tinha tempo pra me perder pra achar a casa do dito cujo. Pra ir embora, uma estação bonita com elevador só pra mim. Achei o máximo!




Graystone
Mais uma vilazinha, so que bem mais pro sul. Chegando lá de DART.
Meio do caminho.



Chegando lá...a ultima estação



Ah sim! O DART tem aquecimento nas poltronas! Muito bom mesmo

Mais uma vilazinha simpática, uma das atrações principais é a praia...mas com casacos e calçado! E o sol sempre na mesma posição de 5 da tarde durante todo o dia. Banquete com batatinha e lanchinho na praia com direito a fotos do pessoal se esbaldando no sol.








Depois foi só voltar pra Dublin, pegar a mochila e me encaminhar pro aeroporto para minha aconchegante acomodação. cheguei cedo e até pude me apoderar de dois sofas. É super cansativo fazer isso mas tem algumas vantagens, acomadação é gratuita, aproveita-se o dia todo na cidade e chega-se cedo no próximo destino.

Next Destination: London!

11.10.07

6 meses!

Ontem fiz 6 meses de Lisboa! As coisas na faculdade ja estão dando trabalho.

Ontem tambem fui a primeira sessão desse ano letivo do International Café, trata-se de uma série de encontros periódicos dos alunos estrangeiros da faculdade. Engraçado a mistura, servi até de interprete pra uma pequena conversa entre uma dinamarquesa falando em ingles e uma espanhola falando portunhol, que na verdade chama galego!

Descobri o nome 'oficial' do portunhol esses dias conversando com uma colega de turma da galícia. Perguntei se ela ja havia feito um curso de portugues ja que conseguia entender bem o que ela falava, a resposta foi: «non non, estoi a falar galego!»

O blog anda meio abandonado pois estou gastando mais tempo com o flick.

Hoje é aniversário da morte do Fernando Sabino, vai uma cronica dele:

A ÚLTIMA CRÔNICA

Fernando Sabino

"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

20.9.07

Sem titulo hoje

Essa semana foram as incrições dos 'caloiros' e a malta toda trajada doida pra praxa-los. Traduzindo: foi a semana das inscrições dos bixos e boa parte dos veteranos foi pra faculdade vestindo uma roupa parecida com aquelas de Hogwarts pra dar o trote. Mas é um desperdício de diversão! Não cortam o cabelo, não tem farinha, não tem ovo e nem bixo sujo de lama eu vi. Me disseram que a diversão de verdade é semana que vem, mas já não vai haver o batismo na fonte luminosa que o pessoal anti-praxe anda pegando pesado =(

Taí a fonte nas fotos tortas




Fica numa ponta dum parque em frente a entrada principal da faculdade
Faltou a cantina, fica atrás da torre sul. Talvez abra segunda. Estou com saudades da comida da cantina =(.
Enquanto isso vou inventando uns spaghettis com molhos doidos, risotos malucos e omeletes incrementados. Ficam superbons mas enche o saco cozinhar só pra mim e ter que lavar a louça depois.

Vou ver se consigo postar um monte de coisas que deveria ter postado mas quando to inspirado pra fazer isso não tenho internet e quando tenho internet falta inspiração.

Cortam minha rede wifi surrupiada que pegava em casa ja faz um tempinho mas agora ando pegando a rede da faculdade de vez em quando, vou ver se arrumouma antena boa na base do improviso pra pegar o sinal.