7.6.07

Bate-volta na Indonésia

Ontem saí dos domínios do governo português.
«Sintam-se em casa. Aqui não estão mais em Portugal, aqui é território da Indonésia!» foi o que a autoridade máxima do local disse seguido por um largo sorriso de boas vindas.

Antes de viajar imaginei milhões de coisas e criei algumas expectativas, algumas aconteceram e outras não. Mas ontem estive numa situação inimaginável pra mim e acho que para qualquer pessoa que eu conheça: fui a um jantar na casa do embaixador da Indonésia! E se isso não bastasse ainda conheci um herói nacional da Indonésia que também estava por lá.

O Arif
Isso foi 'culpa' do Arif, um indonésio simpatissíssimo que estuda línguas: além do indonésio ele fala frânces(a sua preferida), ingles, português e russo. Pelo que disse os indonésios quando vão ao exterior precisam entrar em contato com o embaixador no país de destino e como cá em Portugal só estão cerca de 75 indonésios não é tão dificil de conhecer o embaixador. Arif embarca no avião sexta dia 8 todo cheio de tristeza por deixar Lisboa.

O jantar
A evento na casa do embaixador foi em homenagem ao Arif que está a despedir-se de Portugal e também em homenagem ao Jeffrey ‘JJ’ Polnaj, um indonésio que pela paz no mundo saiu de Jacarta para o mundo afora montado numa motocicleta. Apesar do evento me parecer um tanto informal pelas poucas pessoas que estavam presentes o jantar teve direito a mestre de cerimônias anunciando o embaixador, não entendi o que ele disse mas foi o que pareceu e depois seguiu o discurso do embaixador com direito a algumas páginas onde a única palavra que entendi foi o nome do Arif.

O embaixador
O gajo chama-se Francisco Lopes Cruz, fala portugues um pouco arrastado mas com muita clareza e claro que como um bom diplomata sabe conversar muito bem com as pessoas e ser muito político. A mulher dele também é muito simpática e fala português fluentemente. Para os brasileiros contou de como conheceu o Rio num helicóptero alugado e do encontro com o FHC, para os polacos que chegou a se encontrar duas vezes com o Karol Józef Wojtyła. Além de tudo ele é capaz de entreter a mulecada com aqueles truquezinhos de fazer desaparer lenços.

A comida
É um pouco diferente mas não tinha nada de exótico. O arroz é um tanto parecido com o japonês, a massa lembrava yakisoba a salada era de folhas, um tipo de espetinho de frango era acompanhado de um molho que era uma delícia e não faço idéia do que era feito. E de sobremesa o tradicional arroz integral preto com leite de coco.

Na saída ainda ganhamos uma caneta toda estilosa com a cabeça de um boneco indonésio tradicional que não me lembro o nome e ainda tivemos direito a fila do corpo diplomático na porta pra despedida.


Mas o melhor foi a comparação do embaixador entre diplomatas mulheres e camelos:

Se o diplomata diz sim, quer dizer talvez, se diz talvez quer dizer não e se diz não o sujeito não é um bom diplomata.
Se a mulher diz não quer dizer talvez, se diz talvez quer dizer sim e se diz sim a moça não é uma boa mulher.

O camelo come e bebe por um dia e é capaz de trabalhar por dias a fio sem comer nem beber, já o diplomata é capaz de beber e comer por dias e não trabalhar.

Um comentário:

Unknown disse...

Jantar bem descontraido hein! rsrs...